domingo, 26 de setembro de 2010

Nada como um dia após o outro.

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Ela demorou um pouco para reconhecê-lo, mas quando viu o seu sorriso, de novo veio uma tonelada de lembranças em sua mente. E pela primeira vez em todas aquelas semanas sorrio verdadeiramente. Então, Luana abriu os braços para abraçá-lo.
- Renan! - ela o abraçou, e depois pegou suas flores. - Obrigada, pelas flores.

***



Renan vinha visitá-la toda terça e quinta. Luana descobriu que ele havia se formado em medicina e estava tendo uma vida boa morando em Copacabana. Trabalhava como pediatra em um outro hospital, passava ali no horário de almoço, antes de chegar ao quarto de Luana, passava na maternidade para ver seu filho que estava a se recuperar.
- Boa... - Renan olhou no relógio. - ... tarde. - Luana sorriu ao vê-lo.
- Sabe o que vamos comer hoje?
- O que? - Ele fechou a porta e tirou da mochila um saco de cor marrom, parecia saco de pão. Ela se ajeitou na cama, para ver.
- Mc Donald's! - ela soltou uma gargalhada.
- Você é um péssimo médico. - ele a serviu, e os dois comeram ali mesmo.
- Me conte mais sobre você, não se casou? - ela perguntou, mostrando despreocupação.
- Não. - Luana engoliu em seco a resposta.
- Acho que não devia ter perguntado.
- Está tudo bem. - ele deu um sorriso amarelo. - A vida nos prega umas peças. - Luana permaneceu calada. - Fiquei noivo de Vitória, namoramos durante 2 meses, mas eu já estava decidido, ela era a mulher da minha vida. - Luana engoliu em seco de novo. Vitória fora sua primeira colega no colegial, era linda, tinha cabelos compridos e tingidos de ruivo. Era branca como a neve, doce e sentimental. Fora sua melhor amiga nos três anos de colégial. Renan era amigo dela também, mas ela era namorada de Iago, ele não ousaria conquistá-la tendo ela como namorado seu primo. Renan viu seu rosto confuso e sorriu.
- Calma, eu vou te explicar. - Luana assentiu e voltou a comer seu sanduíche.
- Iago foi morar em Porto Alegre, tio Mario foi transferido para lá. Terminou com Vitória, em lágrimas. O namoro deles era tão intenso, a gente ficava rindo lembra? Quando ela chegava na sala chorando, todo mundo já sabia o que era. - Luana completou.
- A gente dizia: 'Calma Vivi, você sabe que vai dar tudo certo, vocês vão voltar e tudo vai ficar bem'.
- É verdade. Ela era um doce de pessoa. Então, quando Iago mudou aquele choro se tornou constante. Todas as aulas do cursinho ela ficava com a cara fechada. Foi ai que nos aproximamos, fiquei muito amigo dela, seis meses depois estávamos namorando, pedi ela em casamento. No dia do nosso jantar de noivado aconteceu uma tragédia. Eu já estava no restaurante junto com os meus pais e alguns amigos do cursinho, ela estava vindo com seus pais e seu irmão. Uma caminhonete bateu no carro deles, e somente o irmão dela sobreviveu. - Luana o olhou, ficou abalada com a morte de sua amiga.
- Faz quanto tempo que isso aconteceu?

- Algumas semanas. - Luana o olhou, seus rostos estavam próximos, ela o olhou nos olhos, confusa. Ele a beijou, intensamente.





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